Ciclo fechado

Quatro estaçoes se passaram desde o dia em que, numa conferencia inesquecível em Milton Keynes, ouvi relatos fortíssimos, aprendi um mundo de coisas novas e contei um pouco da minha própria história para um grupo alegre, receptivo e acolhedor.  Dali comecei este blog.

Da Estação zero (o verao passado) até hoje, tanta coisa aconteceu nesse meu percurso academico. Tantas aprendizagens, tantos medos e incertezas, tantas conquistas e realizaçoes, algumas perdas, nenhuma derrota. O tempo sempre tao autoritário em seu passar descompassado, ora chispando como um raio antes que se possa concluir qualquer coisa. Ora vagaroso, preguiçoso, fazendo das esperas momentos angustiados. Sim, o tempo, com todo o seu mistério de horas contadas em pedacinhos miúdos de segundos, se desdobrando em dias enormes, semanas que se estendem, meses que voam e anos que terminam como num passé de mágica.

Esse senhor autoritário que serviu de mote inicial para este blog, esse mesmo que a ele deu nome, esse mesmo que a ele deu um prazo, veio hoje me lembrar que é tempo de fechar esse ciclo. Nao importa quanta água já passou ou quanta ainda está por passer por baixo dessa minha ponte, a hora é chegada, o fim inevitável.

Esse blog me serviu como um intervalo entre um tempo e outro, uma vida e outra. Um intervalo entre etapas que se tocam no tempo e no espaço, mas que se desligam e seguem caminhos distintos. Uma vira história, a outra vira 'aqui e agora'. Nesse 'aqui e agora' surgem outras possibilidades, sempre infinitas e sempre progressivas (e progressistas).

O Tempo limitado termina hoje, guardando consigo suas estaçoes, o que fiz delas e o que elas fizeram de mim. Eu continuo minha jornada em outras paragens.

Obrigada por me ler.

Até qualquer dia.

Fim