Tempo, espera e saudade

Segunda-feira, Primavera radiante lá fora, eu aqui tomando café e começando a labuta (já meio tarde). Mas antes de começar verifiquei todos os meus emails, li e respondi a todos (os acumulados das candinhas não contam, não tenho como ler e responder a todos).  Mas faltou um. Aliás esse “um” tem estado ausente há tempos. Não quero aqui fazer queixume, muito menos reclamação. Apenas quero dizer da dona Saudade que me visita e invade os espaços, ela fala de uns tempos atrás, quando o senhor Tempo nos era um pouco mais gentil. Agora este senhor feroz, corre numa pressa inexplicável, não pára nem para respirar. E somos nós que ficamos tontos, perdidos, desnorteados, olhando pros lados em busca sabe-se lá o quê, um algo que perdemos.

Eu, como tu, também não conto com a bondade do tempo antigo, que passava mais devagar e acenavme um “olá” e me deixava dar vários “olás” em um dia. Sei bem da tua senhora Ausência, porque sei bem da minha. Elas são irmãs e cúmplices, se entendem e se completam. Só a dona Saudade é que não entende bem desses acordos temporais de uma gente que tem mais que fazer do que o tempo permite.

Por isso, ela me obriga a vir dizer-te um “olá” ao longe, acenando com uma mão incerta, e os pés ávidos por partir sem ver a tua mão me acenar de volta, já que não há tempo para a dona Espera.

Fica bem. Fica em paz.