Ler sempre foi uma das atividades mais enriquecedoras na minha experiência de vida. Desde sempre amei a leitura de livros, revistas, jornais e até manuais. Amo ler para aprender, ler para me entreter, ler para me emocionar, ler pra lembrar, ler para esquecer. Parece coversa de viciado em álcool, mas acho que é um vício bem semelhante, nesse aspecto. Lembro-me do bêbado do Pequeno Príncipe explicando porque bebia. Ele bebia para esquecer que bebia, eu leio para lembrar que leio? Não sei se a paráfrase serve, mas amo ler e acho que isso diz tudo, pelo menos para mim.
Mas nessa etapa final de escrita do texto do doutorado, a leitura é parte das taerfas diárias e que por serem tarefas, tornam-se enfadonhas por si só. Sou feliz de ter esse amor pela leitura e por encontrar prazer mesmo quando leio textos teóricos, por vezes cansativos. O problema é mesmo minha necessidade de ler por puro prazer. Ler para me surpreender, ler para me encantar, ler para simplesmente encontrar na escrita do outro algo mágico, algo que me transporte para um mundo intangivel e ao mesmo tempo tão real, que me povoa.
Antes de mudar minha rotina de trabalho, quando ainda ia para meu escritório na universidade todos os dias, eu me dava ao luxo de sentar despreocupadamente em um assento de ônibus confortável e ler algo completamente fora da tese. Assim dei conta de ler o Eats, shoots and leaves, o Skallaggrigg e o Watching the English. Mas desde que estabeleci minha rotina de trabalho em casa, tenho tentado não desviar minha atenção da tese e assim, a leitura por prazer tornou-se esporádica e rara. Li boa parte do Talk to the hand, da mesma autora do Eats, shoots and leaves e li parcialmente o Moab do Stephen Fry. Mas nada mais.
Até que entrou pela porta adentro o senhor Saramago, colhido e enviado pelas mãos sábias do João, que, sabedor do meu tempo limitado e da minha necessidade de ler por prazer, me enviou esse regalo de livro, que se encaixa tão bem nesse momento. Ele me garantiu em sua letrinha pequenina, numa carta singela e cheia de significado, que se tratava de um livro a ser lido numa tarde (quase que se desculpando por mandar tal presente que poderia me tomar um tanto do precioso tempo já tão limitado). Não segui a prescrição à risca, mas em duas degustadas longas saboreei o texto todo e visitei a linda ilha desconhecida, dormi no beliche a bombordo - ou seria no outro? - reguei as plantas e disse adeus para a mulher da limpeza e seu amor. Que delicadeza de texto, Sr Saramago! Que delicadeza de presente, Sr JP! Obrigada :)
3 comments:
Acho que eu deverria mudar o nome desse blog para "Meu tempo limitado e as pessoas que povoam meus dias, sem limtes" ... la vita è bella, cara mia!
esse post ta lotado de energia. . . vibracao. . . movimento. . . adorei!!!
saramago agora se encaixou na sua mesma sintonia, como uma visita pra la de bem vinda (so escrevo assim esse bem vinda).
tim tim aos enconstros bons da vida, e pra frente as pedras batem e o rio corre e a vida anda. . .
beijo bereu :-)
beijo, nene
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