contagem dos dias

"Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio" (Salmo 90:12)

4 Jan 2010

De volta ao trabalho

As festas de fim de ano terminam e com elas termina também o intervalo que permite todos os adiamentos possíveis e imagináveis, sem o sentimento de culpa da procrastinação. Durante duas semanas nos permitimos pensar apenas em eventos em família, presentes, visitas, comidas festivas e planos para o ano novo. Mas terminado esse período de adiamento, a vida retoma seu ritmo e os prazos voltam a fazer parte da rotina de quem segue um calendário de tarefas a cumprir, de projetos a finalizar e de metas a alcançar. Esse é o meu caso. Duas semanas sem ler nada relacionado ao meu estudo, sem escrever uma única linha da tese e, acima de tudo, duas semanas sem me preocupar com isso (well, not very much anyway). Intervalo terminado, novo ciclo foi aberto. O ciclo final.

Esta segunda-feira é o início do ano novo e do segundo semestre do meu último ano acadêmico. Dentro deste semestre tenho muito a fazer, uma enormidade de coisas para analisar, outro tanto de coisas para ler e muito muito muito que escrever. A partir de hoje, a palavra de ordem é ‘escrever, escrever escrever’. Isso me lembra uma frase que cito no meu jornal da pesquisa que diz mais ou menos assim "Não se preocupe em tê-la certa, preocupe-se em tê-la escrita". Amém!


Ainda não parei para pensar no final propriamente dito, na etapa culminante que envolve o viva final. Acho que isso em parte se deve ao fato de eu saber que um dos possíveis examinadores não poderá fazê-lo. Eu estava muito animada com esse examinador desde que o encontrei em meados de 2009 e tivemos oportunidade de conversar longamente durante um jantar maravilhoso. Naquela oportunidade, conversamos sobre Paulo Freire e de como o pensamento dele sempre influenciou minha própria pedagogia e como a redescoberta da pedagogia do oprimido havia sido determinante para minha metodologia de pesquisa. Ele tem um conhecimento vasto da obra Freiriana e reconhece que sua obra, a qual inicou-se focada em Educação Especial e migrou para inclusão, tem ressonâncias com a pedagogia libertadora do nosso amado Freire.

Infelizmente, por motivos de força maior o Professor Len Barton não fará parte da minha banca. Sabendo disso, preferi adiar um pouco mais os pensamentos sobre aquela etapa final. O que realmente importa é que estou de volta à labuta, com as energias renovadas para os desafios que me aguardam.






Recomeça…

Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…


Miguel Torga



Notinha de rodape: minha maroca voltou!!! Seja bem-vinda, nene

1 comment:

kalina morena said...

essa reflexao sobre o caminho da vida decidindo o caminho academico / profissional ta tao linda e suave!!!
adorei.
beijo e sare logo da mao operada,
maroca